Eu estava correndo de novo,
Girando inocente,
Gastando sorrisos...
Espelhando a pouca ternura
Que essa nova idade ainda consegue prover.
Alheio às vaidades que se fizeram eu,
Injusto aos caprichos que alicerçaram eu,
Atirei-me em suplícios, pedidos bobos...
Há pouco implorava carinho, presença, afeto,
Tal como o limitado escritor que performo
– Falhando em escrever a vida –
Surpreendo-me tropeçando em tentar vive-la também.
Crendo que a saudades, que muito sinto, é retórica,
Enganando-me sobre ser condição a ausência e não escolha,
Brinquedo velho jogado no chão,
Guardião saudosista de uma ética que o próprio peito inventou...
Estúpido, estúpido, estúpido...
Enquanto perdia as asas na luta dos outros,
Ceavam os outros em brinde a minha estupidez.
Enquanto implorava aos outros abraços,
Percebi que não estava mais em alta “me abraçar”.
É tão ultrapassado ser assim...
Fiquei quieto, comigo, pequeno.
Escrevendo poemas, embriagando-me de vinho e do passado,
Ajustando-me para seguir assim.
Um bom aluno aprendendo a ser distante.
Eu, decepcionado, “deixando pra lá”.
Wanderson Lana
19/12/2028
15:48

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