
Desisti de você
E não há nada capaz de compensar essa ausência da dor
Antes, não me vestia de alegria
Nem eram suaves as manhãs
As quinas e cantos padeciam com o sal das minhas lágrimas
Como a faltar de ar que sua ausência causava.
Ah...
“Há flores agora, não há?”
Tento dizer isso a mim numa constante quase doentia
Rasgando em vísceras todas as lembranças
Tentando não deixar nenhuma
A menor que seja
“Há flores agora, não há?
Imponho de maneira quase doentia.
Eu sei, eu sei...
Desisti...
E os sentimentos vasculham em meu peito o vazio
Encontram um silêncio que deseja falar, agonizante em sua triste condição
Dizer que decidi morrer a padecer
Tolo que sou em fugir da angústia por causa de flores que só enfeitam as manhãs
Tolo ao preferir a morte de você em mim
Recusando o prazer da agonia, da angústia e da dor a dilacerar o peito que sobrevivia
Sobrevivia...
Vivia.
Havia vida em mim
Agonizante, mas era vida
Wanderson Lana