segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Verdades e mentiras sobre a chuva


É possível voar quando os dedos da mão e dos pés enrugam num mesmo momento,
E quando é tempestade e se tem um guarda-chuva preto os raios não atingem você...
É como sumir de repente.
E se sua mente tem um amor ou um passado, ou uma esperança ou alguma coisa que o fez ficar parado, ela não molha.
A chuva só molha quem é correspondido.

É fácil chorar, porque a lágrima se confunde com a chuva,
E se tiver lua nova, os dois líquidos se encontram realizando um pedido seu...
É como ter a dor e o alívio.
E se seus pés encharcam, ou os sapatos, ou a terra, ou qualquer coisa que te faça ficar firme, o tempo pára.
A chuva permite lembrar sem pressa.



É quase certa a ausência do sofrimento causado pela dor,
E quando os trovões se unem na composição de uma sinfonia que você entende é bom,
É como deitar sobre um colo.
E se o vento vem forte e seus olhos insistentes decretam permanecerem abertos não perecendo a todas as poeiras do passado dos outros, você suporta.
A chuva antecipa a força de depois.

É simples sumir se você não agüenta e desaba,
E quando as nuvens se fazem escuras e tudo parece acabar você começa,
É como quebrar e juntar e ser novo.
E se você grita com força mostrando com medo, mas... sem medo as coisas nos olhos escondidas, você consegue de volta.
A chuva permite dizer a verdade e ainda possuir.



É comum acreditar quando, aos poucos, ela ciosa termina
E quando os pingos não são mais suficientes, você não quer mais entender.
É como esquecer e agüentar.
E se você vai embora acreditando que... se é pra ser tão fraca então que pare de chover de uma vez, você enfrenta...
A chuva permite as mentiras e verdades sobre ela.



Wanderson Lana
     14/02/2011