quarta-feira, 21 de maio de 2008

Nas noites em que me afogo



Ás vezes navego sozinho, triste
por águas que nem mesmo conheço
eu não ligo e me entrego por completo...
é nessas horas que meu corpo dói e eu pereço

Jogo minha âncora e ela logo afunda
Prendendo minha vida onde não quero estar
Olho para bússola e não vejo o norte
Mesmo na proa, estou no fundo do mar

Nessa hora é que eu nado. Muitas vezes não
Desisto fácil, já cansei de perder
E as águas me expulsam e me puxam de volta
Mesmo morto, já não consigo morrer

E assim navego, há tanto tempo...
Em um barco fraco, em minha própria vida
Onde quer que eu pare, eu não me conheço
Toda vez que acordo, há uma nova ferida.

Wanderson Lana.

Conclusões (Baseado na obra de Shakespeare)

















Com o tempo você aprende que nada é impossível e que nem tudo é possível.
Aprende que as pessoas têm uma vida e que você pode não estar nela mesmo querendo muito.

Com o tempo você aprende a lembrar menos, pois lembrar é remoer e remoer é lágrimas.
E aprende a dizer adeus sem doer tanto.

Com o tempo você aprende que aquela pessoa que você espera que te peça para ficar é uma daquelas que quer que você vá.
E aprende a ouvir o que não queria, ouvir sem por a culpa em ninguém.

Não demora muito e você aprende que mil vezes é muita coisa e o Caçador de Pipas é um Utópico Comunismo.

Você aprende que sua vida é vista de uma forma e sentida de outra e que nenhuma palavra de conforto vai aparecer na hora que você espera que apareça.

Aprende que amigos são os únicos capazes de nos deixar felizes, tristes ou realmente nos deixar.
Com o tempo você aprende que as coisas não possuem fim apenas no coração.

E você começa a entender a vida não como uma batalha que deva ser vencida, mas como uma derrota que deva ser aceita.
Aprende que desistir só é feio quando o sonho era seu e não dos outros.

Demora, mas você aprende que não pode amar por dois, nem viver sozinho e que o ponto de equilibrio faz você sofrer.
Descobre que suas fraquezas já foram motivos de riso e suas glórias sem significância.

E apartir daí não resolve fazer nenhuma mudança extraordinária ou ser quem nunca foi, resolve apenas aceitar e conviver torcendo para que um dia tudo mude ou volte a ser como antes.


Wanderson Lana





terça-feira, 6 de maio de 2008

Arbítrio... livre















Deram-me uma vida que não quero
Devolvo?
Sim!
Mas devolvê-la é pecado
Do qual não posso recorrer.

.

Nesses dias onde não há chuva
Nem sol... Nem eu
pego algumas vogais e construo o nada
minha única pretensão
Prêmio.

.

Cansei das difulcudades de ser feliz
Dos sentimentos a mim impostos
a maneira comum de levar a vida
E esse sonho que só pesa as costas...
Preciso sentar
Descançar as pernas, a alma
Aguardar ou devolver.

.

É pecado!
- Mas é minha!
É pecado!
- Devolvo!
é pecado... é pecado.

.


O vento então leva minha sombra
Até haver coragem
(Há desejo)
Onde eu possa descançar minhas pernas
Sem gozar dessa vida que não quero.

.

Wanderson Lana