quarta-feira, 21 de abril de 2021

O Retorno dos Elefantes


 

 

Eu não sei se eu sonhava,

Mas, nessa noite, caminhava sobre meu peito alguma coisa,

Banhei-me de medo,

Em um só fôlego, acordei,

Não vi nada...

As pegadas firmes,

Sentia um peso que parecia o mundo,

Não quis gritar... Não quis nada.

Não esperava viver tudo de novo...

Não sei,

Incuti à mente sonho,

Esperto, cuspiu ao peito lembranças.

O peso aumentou,

A gravidade se fazia insuportável.

“- Senhora, por favor, senhora. Elefantes não existem”

Balbuciei em oração, sete vezes, para a liberdade da alma.

Não consegui me levantar.

Como um soco forte perdi o fôlego,

Acreditei no abraço, no sorriso, no pouco tempo que permaneceu ontem...

 

Aprendi...

É sempre ontem ou possibilidade, elefantes nunca são.

Egoístas, fixaram os pés que me mantém preso,

E eu... Inerte...

Bobo demais, crente demais, afetuoso demais, fiel demais, ridículo demais,

Tolo, tolo, tolo... Como pude acreditar que um elefante seria meu amigo.

Tolo, tolo... moleque ingênuo e tolo...

Tudo me fazia ficar e eu agora precisava fugir.

Eu preciso fugir.

Não há paz e nem felicidade, seja na resignação, seja na fuga,

Só há um corpo cansado de abraçar sozinho.

 

Meus melhores amigos eram elefantes...

Eu já disse isso...

Eu já disse isso...

 

Wanderson Lana.

 

18/04/2020

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