Uniram-se
quatro cavaleiros
Cansados
da profundidade, falavam de si
De suas
certezas do mundo, de suas certezas do outro,
Bebiam
nomes alheios a quem descreviam com inconsequentes adjetivos...
Não
seriam punidos,
Eram a
imagem da gentileza, da bondade e da generosidade,
Suas
cascas eram nobres,
Faltavam-lhes
recheio,
Mas
sabiam, tinham certeza:
O que
fica dentro, longe das vistas, não importa.
Naquela
noite o tempo resolveu ser cruel com os rasos,
Como
faziam nos primórdios os Deuses,
E
lançou sobre todo universo perigoso feitiço,
Cada
palavra pesada sobre o outro,
Da sua
vida "o outro" sairia.
E o
capricho do tempo foi lançado,
Sobre a
vaidosa caprichosa daqueles quatro.
Uniram-se
quatro cavaleiros,
Que se
desgostavam na distância
Porém,
com almas iguais, juntos se entendiam.
Não
percebiam, mas sob suas sombras não cresciam flores.
Embriagados,
seus verbos se fizeram justificativas plausíveis de suas condutas,
Todas as
maldades justificavam-se no outro,
E
maldosos disseram um nome que irritou o universo.
O “Nome”
corria sozinho e vacilou, o ar faltou por um momento,
Pensou
coisas, sentiu medo
- Era
um aviso dos céus –,
A
partir daquele momento nada se encaixava...
Algo
havia acontecido.
Ao
cruzar com os quatro cavaleiros, de maneira separada - eram de lugares
diferentes -,
Sentiu mudarem
as coisas,
A gente
olha diferente para o vidro trincado, pode machucar...
O Primeiro
Cavaleiro soube do feitiço e não se importou...
Justificou-se
e se apoiou na memória.
Tolo,
ainda não compreendia que o universo não esquece.
O
segundo cavaleiro pediu desculpas,
Polido,
disse as coisas que acreditou que deveria dizer,
Mas esqueceu
de sentir...
Não
sabia que pelos olhos escapavam a verdade
A
desculpa só aplaca quando resultado do remorso,
Essa desculpas, semelhantes às outras,
Serviu para que ele sim seguisse em frente,
Era sobre ele... Sempre...
O
terceiro cavaleiro desconhece,
Não
sabe o que se passa e o que irá se passar,
Ferido,
recusa-se em sofrer e, sem entender, fere.
Sempre foi o mais
profundo, porém, se acostumou a superfície para pertencer,
Quem já
escreveu sobre castelos, Iaras e verdes bolitas da cor dos olhos,
Não merecia
perde-se assim...
O quarto
cavaleiro também desconhece,
Hiperativo,
joga quantos jogos forem necessários,
Cansa-se
fácil por tentar mostrar o que gostaria de ser,
Esquece
de entender-se,
Busca
justificativas para alheias a si para distância,
Vaidoso,
Vaidoso,
Dribla
de si todas as causas.
Uniram-se
quatro cavaleiros,
Iguais em
alma,
E ali
decidiram matar a flor...
Mas o
universo é borboleta, querido amigo, é borboleta.
Só
entende quem prefere voar.
Wanderson
Lana
14/04/2020
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