quinta-feira, 1 de março de 2012

Dia 29 do segundo mês




Distante vejo sua imagem em meus dias que se foram,
Aos que virão, ainda não é possível ver além da bruma.
Alcanço apenas uma porta guardando um lugar vazio de rostos conhecidos,
Não sei se é meu lugar, mas continuo caminhando... Não posso parar assim, não posso parar aqui.

Sinto saudades das coisas que planejava e não de como elas realmente foram,
Vejo diferente, vejo um mundo diferente quando abro os olhos para viver, e não vivo... Fico escondido dentro de mim.

Será que você pode me beijar agora?
Vinte nove vezes, em todo lugar ferido?
Será que você consegue dizer sem desviar os olhos?
Eu prometo escutar, me deixar, beijar também.
Prometo devolver algumas coisas suas que voltaram para o meu peito,
Mas beija, agora, não espera... Beija, a bruma cobriu meu olhos e já não consigo te ver... Você me vê?

Faltam muitas horas para o futuro,
E minha translação é errada...
Sou atingido por planetas e satélites kamikaze em existir.
Então não choro... não, sei caminhar,
em meio a névoa, descobrindo coisas quando não é mais possível evita-las
E sei enfrentar... E provocar enfrentamentos.

Será que você pode me beijar um dia?
Assim, em minha translação errada,
Será que você pode me fazer acreditar?
Sentir saudades dessa minha nossa história tão diferente da nossa história?
É o dia 29 do segundo mês
Ele não vai mais acontecer.


Wanderson Lana
29/02/2012

Um comentário:

iranche disse...

Apenas lembranças podemos ter do passado, estranho pensar q não sabemos nada do futuro.
O que aconteceu uma vez, nunca mais volta do mesmo jeito, o dia 29 do segundo mês se foi, assim como todos os dias passados, nunca mais voltaram...
Parabéns amigo, ficou muito bom esse poema....abçss...