segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Planeta Vermelho


Vou embora, além das fronteiras do céu,
Onde o azul perde o sentido em ser
E todas as outras cores são o céu também.
Vou além e além fica Marte
Não o Deus, o lugar.
O lugar além do céu é vermelho
vermelho-cor-das-coisas-que-sinto.
Não há nada além da cor (das coisas que sinto)
Mas qu'importa,
Mas qu'importa se aqui, sob os azuis, o tudo se perde em relatividades?
Se quiser pode pensar em mim,
imaginar-me agora distante... em outro planeta, além do azul,
Para os sábados demorados deixei uma carta que não conforta,
uma carta ao remetente... não responde nada.
Deixa no ar (eu e as perguntas),
Um ar vermelho que não conseguirá respirar.

Eu sou de Marte 
Sou do vermelho e não do azul,
Sou dos desertos, das impossibilidades, do silêncio, do vazio...
Da solidão também que já sou eu; e do clima que as estações de medição não conseguem prever.
Lá dá pra correr, sem nunca chegar...
Cair desenleado a vergonha e ao riso,
Não contar as horas e o tempo mesmo assim correr e de súbito anunciar épocas e vanguardas...
Vou embora, além das fronteiras,
Se quiser... pode pensar em mim.



Wanderson Lana.


3 comentários:

Darci Junior disse...

"Vou além e além fica Marte Não o Deus, o lugar".
E quem disse que o Deus da guerra ão mora lá?
Marte é como Ares, vermelho sangue.
Depois de se cansar do vermelho de Marte, vai precisar do azul da terra.
Texto bonito, pois eu li ele... Shaushuas

iranche disse...

Vermelho em meu conceito, é a cor da tristeza...
desculpa a interpretação, mas...
"Eu sou de Marte
Sou do vermelho e não do azul,
Sou dos desertos, das impossibilidades, do silêncio, do vazio..."
Enfim, sou apenas mais um...
igual a tantos que existem por aí, incompreendidos, solitários
DE MARTE!!!

Anônimo disse...

Lindo.