quinta-feira, 10 de abril de 2008


Chaga
Tenho uma ferida,
aberta
Que de tanto tempo aberta
Não se ata mais.
Escorre pelos braços
O vermelho do corpo
A pele parda sem brilho é tudo que sobra.
.
A alegria é externa
Ás vezes dura quase um dia
Outras é átimo
Até ser quebrada por uma palidez relapsa
Uma dor aguda
Uma lágrima que não é vermelha
Mas surgida da mesma fonte.
.
Ninguém vê
Percebem apenas as nuances de humor
Irritações com azar sempre amigo
E as qualidades que sempre foram defeitos.
.
A ferida nunca foi maior e nem menor
Nasceu e se manteve assim por todo esse tempo
Nem houve culpados ou inocentes
Nada ou ninguém...
Não importa o tamanho do curativo
Ela nunca se cala.
.
Tenho uma ferida,
aberta
Que de tanto tempo aberta
Não se ata mais.
Wanderson Lana

2 comentários:

Mariza Resplandes disse...

Usa de tua alegria externa, dessa que dura quase um dia, pra tentar fechar a ferida.
Garanto que ao menos um sorriso sincero se alcança com o doce desse céu, lindo aí fora.

Lindo poema.
Você, sim, sabe o que dizer.

=*

Darci Junior disse...

Percebi que nunca ha culpados em seus poemas...
Acho que as culpados sim...
Você é que não quer esticar o dedo e apontar!

culpar os outros não é nada agradeavel, mais as vezes é necessario!